"Enganosa é a graça, e vaidade a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada" (Pv. 31:30).
Interessante a frequência com que as expressões "mais forte", "mais bonito", "maior", "o primeiro","os mais", etc., têm sido utilizadas tanto pelos meios de comunicação, como em conversas triviais de nosso cotidiano.
Parece que na atualidade, as pessoas passaram a ser avaliadas apenas por valores efêmeros e passageiros, como aparência, posição social, patrimônio, etc. Apesar da escravidão ter sido abolida, muitos seres humanos ainda se encontram escravizados por um sistema que teima em impregnar nas mentes valores ilusórios e por isso, que mina sua auto-estima.
A mulher, principalmente, tem sido vítima dessa situação. Após anos de segregação e discriminação ela tem sofrido uma nova forma de escravidão: a aparência.
Os apelos para a beleza eterna, formas perfeitas, etc, tem colocado a mulher em xeque-mate e levado muitas a desperdiçar tempo e energia para conseguirem se equiparar aos biotipos que a mídia vem ditando, esquecendo-se que "somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef. 2:10).
Revistas femininas com receitas milagrosas de chás e dietas que anunciam um emagrecimento rápido e eficiente tem enchido as prateleiras e os corações de esperanças, muitas vezes falsas.
A Palavra do Senhor nos diz algo lindo com relação à isso:
"Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas essas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia" (Sl. 139:15 a 17).
Esse texto vem nos ensinar que somos únicas, porque Ele assim o quis. Não somos produtos da vontade humana, foi o Senhor que nos fez e nos deu a forma que possuímos como Lhe agradou fazê-lo. Seus poderosos olhos nos contemplaram quando ainda éramos um zigoto (célula fecundada) e diante Desses mesmos olhos fomos tomando forma.
Como templos de Seu Espírito (I Co. 3:16), devemos ter um cuidado sadio com nossa aparência, visando principalmente, nosso bem-estar e saúde, mas jamais devemos permitir que a sociedade moderna nos aprisione em seus padrões irreais de beleza.
Enquanto a bandeira dos direitos humanos tremula através de discursos bem preparados, o direito da mulher de utilizar o seu potencial intelectual é suprimido por uma indústria que usa as formas femininas para vender seu produto, transformando-a apenas em mais um objeto de consumo.
Por isso, insatisfeitas consigo mesmas, com a anatomia de seu corpo, muitas mulheres se tornam infelizes, prisioneiras da amargura e da baixa-estima, presas fáceis da depressão que tantas vidas tem destruído no presente século.
Infelizmente, por não conseguirem olhar para dentro de si mesmas, não conseguem se enxergar com os olhos do Criador e, nunca chegam a descobrir o propósito grandioso que Ele teve ao criá-las.
Há alguns anos escrevi uma apostila intitulada "A Beleza da Mulher Cristã", da qual extraí o seguinte:
Quantos são os espelhos que tem nos acompanhado ao longo da existência!
O espelho da infância, espelho brincalhão...
Que revelou a vida em formação, mas ocultou a inocência que ainda sonhava;
O espelho da juventude, espelho das esperanças...
Este mostrou o horizonte, mas ocultou as nuvens que haveriam de cobrir o sol;
O espelho da maturidade, espelho da realidade...
Nele, eu vi a lágrima suplantar o sorriso;
Nele, eu vi a esperança ser tragada pelos reveses;
Nele, eu vi as marcas da dor, desfigurar a face;
Nele, eu pude contemplar o tempo que passou tão depressa...
Mas foi Nele, que eu pude admirar a silhueta de uma mulher madura:
Uma mulher que conseguiu se levantar, ajuntar os cacos e reconstruir;
Uma mulher que continuou a caminhar, apesar dos espinhos que lhe feriram os pés;
Uma mulher que ousou crer, quando seu castelo desabou;
Uma mulher tão fraca, mas que encontrou forças na suficiência de Cristo.
Hoje, ela não precisa do reflexo desses espelhos...
Nem lhe são importantes os aplausos da multidão;
Nem lhe é necessário a aprovação humana
Porque ela conseguiu divisar uma luz
E desta luz, a voz que soa em seu coração, tem o poder de acalmar todos os seus temores:
“Tu és minha filha amada, em quem me comprazo...”.
Que cada mulher cristã possa construir um perfil estruturado nos padrões da Palavra de Deus, sabedora que o tempo haverá de passar, levará o frescor da juventude, mas jamais poderá arrebatar a beleza que a intimidade com Deus e a santificação produziram em sua vida.
"... Toda a carne é erva, e toda a sua beleza, como as flores do campo. Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva" (Is. 40:7 e 8).