" Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro" (Rm. 8:36).
Ao estudarmos a história do cristianismo ao longo dos séculos, nos deparamos com uma trajetória por vezes sangrenta, de lutas e combates que, ao contrário do que se possa imaginar, quanto mais acirrados mais conversões acrescentavam à Igreja.
Durante anos o Corpo de Cristo foi discriminado, marginalizado, difamado e sofreu vitupério de todas as formas imagináveis. Porém, a liberdade de imprensa e de expressão proporcionaram um alívio para essa situação e hoje, em muitos países o cristianismo quando não professado, é aceito ou tolerado.
Aqui no ocidente, por exemplo, assistimos um fenômeno ímpar: a Igreja saiu do anonimato para sentar-se nas cadeiras do parlamento e o que nos choca é que ao invés de influenciar, e cumprir o seu papel de Luz e Sal da Terra, os cristãos estão almejando uma posição que os destaque no mundo. Líderes evangélicos, tem abandonado o rebanho do Senhor, trocando seu ministério por uma carreira política, deixando de ser embaixadores do Reino Celestial, para serem representantes de um partido, com a desculpa de que a Igreja precisa de uma representação no senado, como se o Senhor estivesse alheio às necessidades de Sua noiva.
E, enquanto no oriente, irmãos nossos estão morrendo por amor à Cristo, temos nos banqueteado com sermões sobre prosperidade, que nos incentivam a estabelecer patrimônios na terra e a nos cercar de bens passageiros. Com os olhos vedados à necessidade da obra missionária, aplaudimos os astros e estrelas da música gospel e fazemos dos púlpitos um palanque, onde a Espada do Espírito está sendo substituída por floreios que ao invés de confrontar, acariciam o ego.
Têm-se tornado tão raras as mensagens sobre renúncia e amor às almas, que muitas Igrejas não sabem mais o que é missão... Jovens cristãos não são mais incentivados a se entregar e servir à Deus na Obra Missionária, mas a desenvolver uma carreira profissional que lhes proporcione uma vida abastada.
Enquanto o islamismo tem crescido de forma assustadora em todo o mundo, a Igreja, principalmente no Brasil, dorme nos braços do capitalismo, acalentada pelas promessas de uma vida próspera e feliz! O "ide" de Jesus está sendo esquecido.
Há uma carência nestes últimos dias de verdadeiros "João Batistas", profetas comprometidos com a Glória de Deus e não com a glória dos homens, que preguem na autoridade do Espírito Santo e tragam uma palavra de conversão àqueles que professam um cristianismo aparente e desprovido de poder e vida.
Que Deus nos ajude, que possamos ouvir o clamor do Espírito e assim levantar os olhos para os campos e ter a visão de que eles já estão brancos.